terça-feira, 26 de abril de 2011

Consumismo - 3º ano do Ensino Médio.

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Consumismo é o ato de consumir produtos ou serviços, muitas vezes, sem consciência. Há várias discussões a respeito do tema, entre elas o tipo de papel que a propaganda e publicidade exercem nas pessoas induzindo-as ao consumo, mesmo que não necessitem de um produto comprado, sendo assim, fruto do capitalismo.
Muitas vezes as pessoas consumistas são induzidas a consumir determinado produto sem necessitar do mesmo, apenas pela propaganda ou pela publicidade que há sobre o produto.
Consumismo


Até que ponto somos viciados em nossos confortos mundanos? Ao extremo. Em primeiro lugar, existem coisas convencionalmente viciantes. Se você for viciado em nicotina ou álcool, conhece bem o significado do vício. Podemos também ser viciados em drogas receitadas por médicos, sexo, tranquilizantes, moda e experiências.

O vício automobilístico é particularmente extenuante. O custo da manutenção dos carros é, com freqüência, muitas vezes mais alto do que o próprio custo inicial do carro. O custo do combustível, do óleo, do seguro, do pedágio, o custo da assistência médica para curar feridos em acidentes, o custo total do vício automobilistico gira em torno de trilhões de dólares.

Roupas, aparelhos eletrônicos, diversão - nossos olhos, ouvidos e mentes são incitados constantemente a adquirir no-vas máquinas a fim de participar de grandes redes e comunidades de consumo.

A questão é que, em nossa busca eterna de estímulos externos, desperdiçamos e consumimos sem nos satisfazermos. Quando um novo carro nos tornou permanentemente felizes? Um novo amante? Uma roupa nova? O prazer é tão fugidio quanto o desejo original de consumir, fazendo com que nos voltemos cada vez mais para o exterior. A chave para acabar com esse ciclo é descobrir a fonte de descontentamento e entender que ela nunca secará. Quando pararmos de trabalhar para o chefe que nunca se satisfaz, poderemos então apreciar ou desfrutar de algo sem o sofrimento de sua futura e inevitável perda, sem o desejo urgente de ter mais - em outras palavras, sem dependência. Dessa maneira, é possível ter a experiência do verdadeiro prazer. Essa é a versão interior da revolução tranqüila.

Os desencantos do Consumismo

Quando comprar vira uma grande dor de cabeça
As crianças aprendem a guardar e gastar dinheiro com os pais.
Entramos numa loja de brinquedos e vemos as crianças andando desorientadas entre as prateleiras atrás de um brinquedo. Era um presente de aniversário e, por isso mesmo, tinha que ser especial. Havia uma infinidade de possibilidades entre bonecas, bolas, carrinhos, jogos e bichos de pelúcia. Ao final de uma visita que durou aproximadamente uns 40 minutos, saímos de mão abanando. Nada realmente interessou e encantou...
Esse desfecho pouco feliz poderia indicar que a loja em questão não tinha funcionários aplicados para efetivar a venda; uma outra possibilidade talvez fosse a de que o estabelecimento comercial não estivesse provido realmente com tudo aquilo que poderia ser oferecido para encantar as crianças.
Essas justificativas com certeza seriam utilizadas por muitos pais para explicar o insucesso na tentativa de compra de um brinquedo. No entanto, não considero essas explicações as mais adequadas para o momento que vivemos...
Acho que para entendermos melhor esse caso seria adequado observarmos outras situações. Por exemplo, quantas vezes nos alimentamos fora de nossas casas durante a semana, na correria do cotidiano, com o intuito de conseguirmos concretizar todos os compromissos que assumimos em nossas vidas profissionais?
Compras fora de hora. Produtos supérfluos que acabamos adquirindo por impulso a partir da influência da propaganda veiculada na televisão, na Internet ou no rádio. Roupas que são incorporadas aos nossos armários sem que tenhamos a menor necessidade, apenas para nos adequarmos a modismos ou tendências. Alimentos que consumimos de forma gulosa, excedendo os limites do nosso corpo por estarmos sendo hipnotizados por belos painéis e cartazes que vendem a idéia de sabor e prazer...
Para melhor entendermos acontecimentos como aqueles que acabei de mencionar é importante referenciarmos nosso conhecimento nos cânones, por isso mesmo, vamos dar uma olhada na definição de consumismo que nos é dada pelo dicionário da língua portuguesa:
Consumismo = substantivo masculino – 1 ) ato, efeito, fato ou prática de consumir ('comprar em demasia') .
Quando falamos de nossos excessos somos invariavelmente acometidos de duas posturas mais comuns: a primeira é a de negar que estejamos cometendo esses erros; a segunda é a de nos sentirmos culpados e envergonhados em relação aos abusos que cometemos.
(...)
Antes de comprarmos uma dose adicional de refrigerante temos que nos questionar se o nosso organismo realmente necessita e agüenta essa carga extra de açúcares e aditivos.
Devemos pensar a respeito de nosso consumo para que possamos definir prioridades e traçar projetos para nossas vidas. A viagem do final do ano pode muito bem ser realizada se formos capazes de conter certas despesas e gastos; a reforma da casa será possível se evitarmos gastar gasolina em demasia; a aquisição de um eletrodoméstico pode acontecer se conseguirmos poupar recursos que seriam gastos com refeições fora de casa a todo o momento...
O consumismo é uma doença grave que assola uma enorme quantidade de pessoas em várias partes do mundo. há casos de pessoas que foram à falência, isso mesmo, elas quebraram suas contas bancárias, endividaram-se enormemente em seus cartões de crédito e continuaram comprando produtos que na maior parte dos casos eram desnecessários para suas vidas até perderem tudo aquilo que haviam demorado anos e anos para constituir como patrimônios pessoais...
João Luís Almeida Machado
Doutorando pela PUC-SP no programa Educação:Currículo; Mestre em Educação, Arte e História da Cultura
Mandamentos do consumismo - Frei Betto *

A publicidade cerca-nos de todos os lados -na TV, nas ruas, nas revistas e jornais- e força-nos a ser mais consumidores que cidadãos. Hoje, tudo se reduz a uma questão de marketing. Uma empresa de alimentos geneticamente modificados pode comprometer a saúde de milhões de pessoas. Não tem a menor importância se uma boa máquina publicitária for capaz de tornar a sua marca bem aceita entre os consumidores.Isso vale também para o refrigerante que descalcifica os ossos, corrói os dentes, engorda e cria dependência. Ao bebê-lo, um bando de jovens exultantes sugere que, no líquido borbulhante, encontra-se o elixir da suprema felicidade.
Os cinco mandamentos da era do consumo são: 1º) Adorar o mercado sobre todas as coisas.
2º) Não desonrar a moeda, desestabilizando-a.
3º) Não pecar contra a globalização.
4º) Cobiçar os bens estatais e públicos em defesa da privatização.
5º) Prestar culto aos sagrados objetos de consumo.
Em doses químicas, a felicidade nos parece mais viável que percorrer o desafiante caminho da educação da subjetividade. Mercantilizam-se relações conjugais e de parentesco e amizade. Nesse jogo, como nos filmes americanos, quem não for esperto e despudoradamente cruel, morre.
A lei é COMPRAR!
Hoje, COMPRAR se tornou MODA e para estar na MODA é preciso COMPRAR!
CONSUMISMO E GLOBALIZAÇÃO
Teremos feito muito a favor da sustentabilidade no planeta se relacionarmos os atuais padrões de consumo com as estratégias daqueles que diretamente se beneficiam do processo de globalização econômica.
Na atualidade existe uma relação direta entre consumo e monopólio. Não são as pequenas empresas ou as atividades artesanais que fomentam o consumismo, mas as corporações mais lucrativas no planeta. São elas que exercem muito das práticas do capitalismo selvagem: uso de mão de obra infantil e semi-escrava, transgênico, lobby em questões polêmicas e contra os interesses da sociedade.
Os comportamentos de consumo são estimulados por mensagens que relacionam idéias como felicidade, sucesso, auto-estima aos produtos e serviços oferecidos pelo mercado. Os signos são cuidadosamente estudados para convencer homens, mulheres, adolescentes e crianças a desejarem consumir num mundo de sonhos mercadológicos. Os profissionais de publicidade a chamam de estratégia de marketing: relação direta entre um produto ou serviço às necessidades de um consumidor em potencial. Esta técnica também é conhecida como a arte da persuasão. Não teríamos nada contra esse tipo de prática se não fosse pelo fato de que o "publico alvo" é atingido através de meias verdades que ressaltam apenas o "lado bom" e escondem a "banda podre" dos bens comercializados.

Felicidade - 3º ano do Ensino Médio.

Felicidade é um truque. Um truque da natureza concebido ao longo de milhões de anos com uma só finalidade: enganar você. A lógica é a seguinte: quando fazemos algo que aumenta nossas chances de sobreviver ou de procriar, nos sentimos muito bem. Tão bem que vamos querer repetir a experiência muitas e muitas vezes. E essa nossa perseguição incessante de coisas que nos deixem felizes acaba aumentando as chances de transmitirmos nossos genes. "As leis que governam a felicidade não foram desenhadas para nosso bem-estar psicológico, mas para aumentar as chances de sobrevivência dos nossos genes a longo prazo", escreveu o escritor e psicólogo americano Robert Wright, num artigo para a revista americana Time.
A busca da felicidade é o combustível que move a humanidade - é ela que nos força a estudar, trabalhar, ter fé, construir casas, realizar coisas, juntar dinheiro, gastar dinheiro, fazer amigos, brigar, casar, separar, ter filhos e depois protegê-los. Ela nos convence de que cada uma dessas conquistas é a coisa mais importante do mundo e nos dá disposição para lutar por elas. Mas tudo isso é ilusão. A cada vitória surge uma nova necessidade. Felicidade é uma cenoura pendurada numa vara de pescar amarrada no nosso corpo. Às vezes, com muito esforço, conseguimos dar uma mordidinha. Mas a cenoura continua lá adiante, apetitosa, nos empurrando para a frente. Felicidade é um truque.
E temos levado esse truque muito a sério. Vivemos uma época em que ser feliz é uma obrigação - as pessoas tristes são indesejadas, vistas como fracassadas completas. A doença do momento é a depressão. "A depressão é o mal de uma sociedade que decidiu ser feliz a todo preço", afirma o escritor francês Pascal Bruckner, autor do livro A Euforia Perpétua. Muitos de nós estão fazendo força demais para demonstrar felicidade aos outros - e sofrendo por dentro por causa disso. Felicidade está virando um peso: uma fonte terrível de ansiedade.
Esse assunto sempre foi desprezado pelos cientistas. Mas, na última década, um número cada vez maior deles, alguns influenciados pelas idéias de religiosos e filósofos, tem se esforçado para decifrar os segredos da felicidade. A idéia é finalmente desmascarar esse truque da natureza. Entender o que nos torna mais ou menos felizes e qual é a forma ideal de lidar com a ansiedade que essa busca infinita causa.
Um dos motivos pelos quais a felicidade é tão difícil de alcançar é que nem sabemos bem o que ela é. Daí a importância das pesquisas do psicólogo americano Martin Seligman, da Universidade da Pensilvânia. Seligman concluiu que felicidade é na verdade a soma de três coisas diferentes: prazer, engajamento e significado.
Prazer você sabe o que é. Trata-se daquela sensação que costuma tomar nossos corpos quando dançamos uma música boa, ouvimos uma piada engraçada, conversamos com um bom amigo, fazemos sexo ou comemos chocolate. Um jeito fácil de reconhecer se alguém está tendo prazer é procurar em seu rosto por um sorriso e por olhos brilhantes. Já engajamento é a profundidade de envolvimento entre a pessoa e sua vida. Um sujeito engajado é aquele que está absorvido pelo que faz, que participa ativamente da vida. E, finalmente, significado é a sensação de que nossa vida faz parte de algo maior.
A vantagem de dividir a felicidade em três é que assim fica mais fácil definirmos nossos objetivos. "Buscar a felicidade" é uma meta meio vaga, fica difícil até de saber por onde começar. Mas, se você se conscientizar de que basta juntar essas três coisas - prazer, engajamento e significado - para a felicidade vir de brinde, a tarefa torna-se menos penosa. Seligman acha que um dos maiores erros das sociedades ocidentais contemporâneas é concentrar a busca da felicidade em apenas um dos três pilares, esquecendo os outros. E geralmente escolhemos justo o mais fraquinho deles: o prazer. "Engajamento e significado são muito mais importantes", disse ele numa entrevista à Time.
SER INFELIZ É PRECISO
Ok, já temos a receita da felicidade. Basta juntar prazer, engajamento e significado e nossa vida se resolve para sempre? Ah, se fosse assim tão simples. A felicidade, como não cansam de repetir os poetas e os chatos, é breve. Ainda bem. Felicidade, por definição, é um estado no qual não temos vontade de mudar nada. Ou seja, se passássemos tempo demais assim, nossas vidas estacionariam. A busca da felicidade é o que nos empurra para a frente - se agarramos a cenoura, paramos de correr e a brincadeira perde completamente a graça. Portanto, um pouco de ansiedade, de insatisfação, é perfeitamente saudável.
"Felicidade é projetada para evaporar", escreveu Robert Wright. E, segundo ele, há uma razão evolutiva para isso também: "se a alegria que vem após o sexo não acabasse nunca, então os animais copulariam apenas uma vez na vida". Mora aí um dos grandes problemas atuais. Muita gente acredita que é possível viver uma existência só de altos, sem nenhum ponto baixo, sem tristeza, sem sofrimento. E alguns estão dispostos a conseguir isso sem esforço algum, só à custa de antidepressivos.
CADA UM É CADA UM
É aí que está o pulo-do-gato. Não existe uma fórmula da felicidade que funcione com todo mundo - é justamente nisso que os livros de auto-ajuda costumam falhar. Cada pessoa é diferente e reage à vida de modo diferente. Foi essa a conclusão do estudo realizado em 1996 pelo pesquisador David Lykken, da Universidade de Minnesota. Ele comparou dados sobre 4.000 pares de gêmeos idênticos e percebeu que, na maioria dos casos, quando um tem tendência a ver o mundo de modo otimista, o outro tem também - e quando um é pessimista o outro é igual. Ou seja, existe um forte componente genético na nossa tendência a ser feliz. Não que isso seja uma grande surpresa. Qualquer pai ou mãe sabe que algumas crianças nascem com vocação para o sorriso, enquanto outras são simplesmente muito mais difíceis de agradar.
UMA QUESTÃO DE DESEJO
Um exemplo do quanto podemos alterar nossa predisposição genética para a felicidade é a forma como lidamos com nossos desejos. Existem duas maneiras de alcançar a felicidade: possuindo mais ou desejando menos. Se a felicidade é a cenoura, a vara na qual ela está pendurada é o que chamamos de desejo. E estamos fazendo varas cada vez mais compridas.
Levando em conta as idéias presentes na coletânea, redija uma DISSERTAÇÃO EM PROSA, expondo o que você pensa sobre SER FELIZ e ESTAR FELIZ. Você acredita que o ser humano pode ser feliz, ou que a felicidade é apenas um estado, e não algo permanente?

Narração - 1º ano do Ensino Médio.

Narração é uma modalidade textual, a qual é reconhecida por uma história, apresentada de várias formas, mas que para ser criada e desenvolvida precisa obrigatoriamente de seis elementos que a compõe, sem necessariamente seguir uma ordem hierárquica


Vamos conhecer os seis elementos fundamentais para uma narrativa:
ENREDO:não vem a ser a história, como muitos pensam, mas sim, o desenvolver da mesma, isto é, a sequencia dos fatos apresentados e desenvolvidos na história.


CONFLITO: as histórias para prenderem a atenção do leitor, despertando e interesse do mesmo, necessita que a harmonia seja quebrada, a fim de que a trama se desenrole.
Clímax: pertence ao enredo e, principalmente ao conflito, já que vem a ser o ponto máximo de tensão da história, intensificando assim, o próprio conflito. O clímax indica a proximidade do desfecho.

PERSONAGENS: é sobre quem se trata a história. Não devemos apenas reconhecê-lo como pessoas, pois existem histórias as quais as personagens não são identificadas como pessoas, mas que nem por isso perdem seu valor ou importância, como fábulas ou apólogos.
OBS: devemos identificar personagens no gênero feminino, já que a palavra deriva de persona que significa pessoa.

A personagem segundo sua função, pode ser:
PROTAGONISTA: figura central.
ANTAGONISTA: figura que se opõe à central. Há narrativas em que o antagonista não existe.
NARRADOR:quando o texto é narrado em primeira pessoa.
SECUNDÁRIA: a sua atuação é limitada quanto a mudar o curso das ações.

QUANTO AO CARÁTER, A PERSONAGEM PODE SER:
INDIVÍDUO: caracteriza-se por impor sua personalidade, pois tem caráter próprio, e por definir-se entre os demais pela sua força humana e aptidões pessoais.
TIPO: é uma forma simples de personificação. Representa uma média comum de indivíduos com as mesmas qualidades: defeitos, virtudes, vícios. Ex: jurados de televisão, onde uns fazem papel de bonzinhos, outros de rabugentos etc.

CARICATURA: personagem vista, normalmente, sob um ângulo, ridículo. É o exagero de qualidades ou defeitos apontados no tipo. Um ser exótico ou anormal.

QUANTO À ESTRUTURAÇÃO PSICOLÓGICA
ESFÉRICA: apresenta complexidade de caráter, com variadas facetas comportamentais. Aproxima-se bastante da complexidade psicológica do ser humano, com vários de seus conflitos internos. É também chamada de COMPLEXA.

PLANA: destituída de profundidade psicológica. Não muda seu comportamento durante toda a estória. No geral, apresenta uma única faceta de personalidade. Um exemplo são os personagens infantis das HQs.Também chamada de personagem ESTÁTICA.


TEMPO:é a velocidade com que a narrativa se movimenta. Pode ser: CRONOLÓGICO – tempo material; externo; é o que se move pelo relógio,pela sucessividade das horas, dos dias e das noites...
PSICOLÓGICO: tempo interno, imensurável. Varia de indivíduo para indivíduo. É o recuo a um tempo não presente para torná-lo presente. São as reminiscências, a retrospectiva, a reflexão e a intensidade das emõções.

ESPAÇO: é o lugar, o ambiente onde se desenvolve a ação. O espaço serve não só como cenário para as ações das personagens como também intensifica alguns elementos do enredo.
NARRADOR: é a pessoa que conta a história. Pode ser o próprio escritor (narrador não personagem), ou então, ele cria uma personagem para contar (narrador personagem).

FOCO NARRATIVO: é o modo de narrar a história, resolver a situação ambiente, fazer evoluir a narrativa. Pode ser feito na primeira ou terceira pessoa.
Na terceira pessoa, o narrador tem a visão dos fatos, de fora, ele é apenas testemunha. Pode assumir a atitude de:
NARRADOR ONISCIENTE: é o que sabe tudo quanto ocorreu; ele penetra até a consciência das pessoas, revelando o que pensam e o que sentem.

EXEMPLO:
“ seu estômago, porém, está oco. Uma dor lhe sobe por dentro do peito, até o pescoço,a garganta. Sente uma debilidade na cabeça, espécie de uma leve sonolência, como quando tem febre. Entretanto está com a testa fresca. Sabe, que se comer tudo isso, desaparece. Mas como perder essa oportunidade?
Ele vê os seus cinco mil réis multiplicando-se...”

NARRADOR OBSERVADOR: conta a história como mero observador de acontecimentos, dos quais não participa diretamente. Passa para o leitor os fatos como os teria enxergado.
 


    
EXEMPLO
 “ Do fundo de Pernambuco, o pai mandou-lhe um telegrama. O rapaz releu sob emoção grave. Ainda bem que o velho avisara: em cima da hora, mas avisara. O rapaz saiu correndo para não perder o encontro, o qual poderia mudar a sua vida”.

NARRADOR PERSONAGEM: uma personagem narra a história. Nesse caso, o campo de visão é bastante limitado.

Exemplo:
  “ Completando a gravura cor-de-rosa, senti de supetão que tinha mais alguém  na sala; virei, Maria estava na porta, olhando pra mim e rindo, toda vestida de preto. Foi este um dos quatro amores de minha vida...”

Crônica - 8º ano do Ensino Fundamental.

A crônica trata dos mais variados assuntos, não importando tempo, espaço ou personagem. Na efemeridade das páginas de um jornal ou na eternidade de uma página de livro, ela está sempre ensinando alguma coisa, fazendo o leitor refletir, prestar atenção naquilo que, a princípio, parecia menor; apresentando uma realidade recriada.

Com essa responsabilidade estão os cronistas – pessoas sensíveis, atentas, preocupadas em captar um breve instante e proporcionar ao leitor a cumplicidade, o diálogo e, sobretudo, a reflexão. Profissionais que não pretendem informar ou "contar" a história, embora possam fazê-lo. Mas, acima de tudo, formar e trazer a história para a vida de cada um de seus leitores.

Crônica seria como um desabafo para o autor. Ele estaria relatando um problema do cotidiano e principalmente CRITICANDO, através do seu ponto de vista. Os autores de crônicas abusam dessa forma de texto exatamente pela oportunidade que tem de dar o seu ponto de vista.

No sentido atual, crônica é um tipo de texto publicado num jornal, diariamente, ou em alguns dias da semana.
Apoia-se num fato do dia-a-dia, que o cronista usa como pretexto, como ponto de partida para uma reflexão, ou para que ele conte uma história.
Obrigatoriamente, a crônica não apresenta uma forma fixa de composição (apresentação, desenvolvimento e desfecho) e é caracterizada, principalmente, pelo enfoque pessoal do cotidiano, através da emoção do cronista.

O foco narrativo pode ser em primeira ou terceira pessoa

As crônicas saem principalmente em jornais. Depois, algumas selecionadas, são publicadas em livros.


1. Escolha algum acontecimento atual que lhe chame a atenção. Você pode procurá-lo em meios como jornais, revistas e noticiários. Outra boa forma de encontrar um tema é andar, abrir a janela, conversar com as pessoas, ou seja, entrar em contato com a infinidade de coisas que acontecem ao seu redor. Tudo pode ser assunto para uma crônica.



É importante que o tema escolhido desperte o seu interesse, cause em você alguma sensação interessante: entusiasmo, horror, desânimo, indignação, felicidade... Isso pode ajudá-lo a escrever uma crônica com maior facilidade .
EXEMPLO DE CRÔNICA COMETÁRIO


O PODER ULTRAJOVEM NO PODER

Pense em tudo o que você não teria aprendido ao longo da vida se seus pais tivessem deixado você decidir tudo o que queria desde a infância. Quantas músicas não teria ouvido, quantas comidas não teria experimentado, quantas pessoas não teria conhecido. Outro dia um primo, que tem duas filhas de 12 e 10 anos e um menino de 8, estava dizendo que eles têm um acordo. As crianças só podem ouvir High School Musical no carro da mãe. No carro dele, é ele quem manda na programação musical. "Porque se a gente deixar", ele disse, "elas nunca vão ouvir nada além disso."


Minha irmã e eu passamos a vida inteira reclamando de ter de ouvir Jovem Pan AM de manhã quando estávamos indo para a escola. Só de ouvir o "Vambora, vambora, olha a hora..." a gente tinha arrepios. Mas ninguém morreu por causa disso e com certeza éramos mais bem informadas do que algumas colegas.


Hoje os pais têm filhos e ficam completamente fora do mundo. Ninguém mais vê filme de adulto, nem lê livro de adulto, nem assiste programa de TV de adulto. Talvez seja uma estratégia escapista, mas é fato que as crianças hoje têm um poder muito maior do que a gente teve. O resultado não é legal. Graças às vontades e gostos dos meus pais e avós, hoje conheço muito de música, não tenho frescura pra comer e suporto bem situações que a maioria das pessoas acha mala. Melhor pra mim.


Tem uma crônica do Drummond, publicada num daqueles volumes chamados "Para gostar de ler", coletâneas que a Ática publicava na década de 80, que justamente chama "O poder ultrajovem". Era sobre um pai que leva a filha pequena pra jantar fora e os dois ficam discutindo o que vão comer, porque o pai quer pedir uma lasanha pros dois e a menina quer comer camarão. Claro que a menininha dá um nó no pai, mas naquela época isso tinha graça porque era incomum. Era só o começo da ditadura da infância que hoje assumiu o poder.
CRÔNICA COMENTÁRIO
Apresenta um acontecimento em primeiro plano, acompanhado de uma reflexão.Não apresenta uma forma fixa de composição. Pode-se usar linguagem direta, denotativa, próxima da jornalística e seu tom pode ser irônico, bem ou mal humorado.


EXEMPLO DE CRÔNICA COMENTÁRIO


OLHADOR DE ANÚNCIO
(Carlos Drummond de Andrade)

Sempre é bom tomar conhecimento das mensagens publicadas. É o mundo visto através da arte de vender. “As lojas tal fazem tudo por amor”. Já sabemos que esse tudo é muito relativo. “Em nossas vitrinas a japona é irresistível”. Então, precavidos, não passaremos diante das vitrinas. E essa outra mensagem é, mesmo, de alta prudência: aprenda a ver com os dois olhos”. Precisamos deles para navegar na maré do surrealismo que cobre outro setor de publicidade: “Na liquidação nacional, a casa X tritura os preços”. Os preços viando pó

   num país inteiramente líquido: vejam a força da imagem. Rara espécie animal aparece de repente: “Comprar na loja Y é supergalinhamorta”.
   Prosseguimos invocados, sonhando “o sonho branco das noites de julho”: “Ponha uma onça no seu gravador”. “A alegria está no açúcar”. “Pneu de ombro arredondados é mais pneu”.
   O olhador sente o prazer de novas associações de coisas, animais, e pessoas;

   e este prazer é poético. Quem disse que a poesia ainda é desvalorizada? A bossa dos anúncios prova o contrário. E, ao vender-nos qualquer mercadoria, eles nos dão de presente “algo mais”, que é produto da imaginação e tem serventia, como as coisas concretas, que também de pão abstrato se nutre o homem.
EXERCÍCIO
Crie uma crônica comentário sobre qualquer assunto do cotidiano, não esquecendo de ressaltar a criticidade, através da exposição do seu ponto de vista, além do leve tom de humor.
De 20 a 30 linhas, no caderno de redação (classe).
CRÔNICA LÍRICA
Também não apresenta um forma fixa de composição. O autor parte de um fato e faz livres associações, usando a linguagem sentimental, conotativa, traduzindo, de uma forma bastante emotiva, uma realidade pessoal ou não.
EXEMPLO: O ANJO DA NOITE
   O guarda – noturno caminha com delicadeza, para não assustar, para não acordar ninguém. Lá vão seus passos vagarosos, cadenciados, cosendo a sua sombra com a pedra da calçada.
   Vagos rumores de bondes, de ônibus, os últimos veículos, já sonolentos, que vão e voltam quase vazios.

  O guarda-noturno, que passa rente às casas, pode ouvir ainda a música de algum rádio, o choro de alguma criança, um resto de conversa, alguma risada. Mas vai andando. A noite é serena, a rua está em paz, o luar põe uma névoa azulada nos jardins, nos terraços, nas fachadas: o guarda-noturno pára e contempla.


      À noite, o mundo é bonito, como se não houvesse desacordos, aflições e ameaças. Mesmo os doentes parece que são mais felizes: esperam dormir um pouco à suavidade da sombra e do silêncio. Há muitos sonhos em cada casa. É bom ter uma casa, dormir, sonhar. O gato retardatário que volta apressado, com certo ar de culpa, num pulo exato galga o muro e desaparece: ele também tem o seu cantinho para descansar.

  O mundo podia ser tranquilo. As criaturas podiam ser amáveis. No entanto, ele mesmo, o guarda-noturno traz um bom revólver no bolso, para defender uma rua...
      E se um pequeno rumor chega ao seu ouvido e um vulto parece apontar na esquina, o guarda-noturno torna a trilhar longamente, como quem vai soprando um longo colar de contas de vidro. E recomça a andar, passo a passo, firme e cauteloso, dissipando ladrões e fantasmas.

É a hora muito profunda em que os insetos do jardim estão completamente extasiados, ao perfume da gardênia e à brancura da lua. E as pessoas adormecidas sentem, dentro de seus sonhos, que o guarda- noturno está tomando conta da noite, a vagar pelas ruas, anjo sem asas, porém amado.
(Cecília Meireles)

Conto de fadas - 6º ano do Ensino Fundamental.

O conto de fadas é uma narrativa que tem as suas características próprias.
Temos os seguintes elementos iniciais para esse tipo de conto:

TEMPO: TODO CONTO DE FADAS É INICIADO PELA EXPRESSÃO :

ERA UMA VEZ ...



ESPAÇO:SEMPRE DISTANTE –

FLORESTA
REINO MUITO DISTANTE
DESERTO
CASTELO
LUGAR ABANDONADO ...

O NARRADOR É SEMPRE EM TERCEIRA PESSOA
ELEMENTOS DE UM CONTO DE FADAS
HEROINA: é divinizada, representa o bem; é aquela que está destinada a sofrer por um dano, ou experimentar um objeto proibido
ANTI-HEROI (VILÃO): é ele quem comete o dano e cria um objeto proibido, representa o mal. Pode ser uma bruxa, um gigante feiticeiro, uma madrasta ...

OBJETO MÁGICO: nos contos de fadas aparece um objeto que é o causador do dano ou auxilia a reparar o dano.
Ex: a maçã ou o espelho, no conto da Branca de Neve

CONFLITO: entre o vilão e muitas vezes a heroina, ou o heroi.

PROIBIÇÃO: a heroina sendo proibida pelo vilão, ou vilã.



AJUDA PROVIDENCIAL: elementos que auxiliam a heroina (os anões).
PERSEGUIÇÃO DO VILÃO: vai ao lugar onde está a heroina com a intenção de matá-la. A madrasta transforma-se numa bondosa velha e leva maçãs envenenadas à Branca de Neve, que morre.
CHEGADA DO HERÓI: normalmente, o príncipe.
PEDIDO DE AUXÍLIO: os anões pdeindo auxílio ao príncipe.


AUXÍLIO INVOLUNTÁRIO: O príncipe repara o dano, sem querer ( o beijo).
VITÓRIA: a heroína recupera- se do dano.
(na Branca de Neve, o príncipe, com um beijo, a faz reviver).
PUNIÇÃO PARA O VILÃO: a madrasta morre, é abandonada, ou outras hipóteses, em que o vilão “se dá muito mal”.
RECOMPENSA: a heroína casa-se com o príncipe, por exemplo.



OBSERVAÇÃO:

Nos contos de fadas o bem sempre vence o mal.

Nem sempre todos os elementos apresentados aparecem no conto de fadas.